Vida em Movimento – T2:E6 – Fundação Grupo Volkswagen: retrospectiva 2021
Vinheta de abertura
Fundo musical
Renata Pifer – Olá todas e todos, bem-vindos a mais um episódio do Vida em Movimento, o podcast da Fundação Grupo Volkswagen. Eu sou Renata Pifer
Gisele Diez – E eu sou Gisele Diez, estou substituindo a Ludmila Vilar
Renata Pifer – Esse é o sexto e último episódio do ano. Por isso, vamos entrar em clima de retrospectiva e contar para vocês um pouco do que foi esse 2021 aqui na Fundação, que completou 42 anos! Falaremos sobre as principais ações que realizamos em nossos projetos ao longo deste ano, nas três causas de atuação da Fundação: mobilidade urbana, mobilidade social e inclusão de pessoas com deficiência. E também iremos entrevistar o Diretor de Administração e Relações Institucionais da Fundação Grupo Volkswagen, Vitor Hugo Neia. Ele vai falar com a gente sobre como a Fundação guia suas ações e como se articula junto a seus parceiros, para colocar em prática nossa missão de promover transformações positivas, que impulsionem melhorias na educação e que mobilizem cidadãos para atuarem como protagonistas do desenvolvimento de comunidades.
Gisele Diez – Uma das primeiras grandes notícias do ano para a Fundação foi o anúncio das chamadas parcerias institucionais. Elas são diferentes das parcerias firmadas para projetos específicos. Em geral, significam vínculos com outros grandes agentes do terceiro setor, a fim de contribuir com a realização de projetos de grande impacto social, bem como colaborar com a perenidade das organizações apoiadas. Em 2021, a Fundação tornou-se parceira institucional do Todos Pela Educação, do Instituto Rodrigo Mendes e do Instituto Ayrton Senna. Ou seja, passou a fomentar o desenvolvimento de ações dessas organizações por meio da doação de recursos financeiros. O Todos Pela Educação, como o nome já adianta, é uma das principais organizações da sociedade civil dedicada à melhoria da Educação Básica e ao avanço das políticas públicas em educação no Brasil, em busca de uma escola pública e de qualidade para todos. Este ano, a Fundação se tornou um dos parceiros mantenedores do “Todos”, apoiando sua causa e ajudando e unindo forças na reconstrução da educação de nosso país.
Renata Pifer – Outra relação que se fortaleceu este ano foi com o Instituto Rodrigo Mendes, parceiro da Fundação desde 1998. O instituto atua na inclusão de crianças e jovens com deficiência nas escolas comuns e, entre 2017 e 2020, contou com a parceria da Fundação no projeto Diversa Presencial, que formou e impactou cerca de 100 mil pessoas, entre alunos e educadores. Em 2021, a Fundação passou a apoiar as ações do Instituto Rodrigo Mendes de forma institucional, contribuindo para o financiamento das atividades do Instituto, com objetivo de garantir o direito à educação inclusiva de qualidade para as crianças e jovens com deficiência. E por fim, mas não menos importante, tivemos também a renovação da parceria com o Instituto Ayrton Senna, visando contribuir com a promoção do potencial transformador das pessoas, por meio do desenvolvimento integral de estudantes e educadores. Depois de 4 anos apoiando projetos do Instituto de forma pontual, em 2021, a Fundação passou a apoiá-lo institucionalmente, contribuindo para ampliação dos impactos positivos de sua atuação na educação. Agora a gente vai chamar o Diretor de Administração e Relações Institucionais da Fundação, Vitor Hugo Neia, para começarmos a nossa entrevista. O Vitor vai voltar em diferentes momentos do programa, trazendo a visão da Fundação acerca dos marcos de nossa atuação ao longo de 2021, que estamos reunindo aqui. Olá, Vitor, seja bem-vindo ao Vida em Movimento.
Vitor Hugo Silva Neia – Olá a todas e a todos, é um prazer estar aqui com vocês.
Renata Pifer – Você pode começar contando para gente sobre o propósito da Fundação, que atua no terceiro setor há 42 anos? Qual a importância de uma instituição como a Fundação no Grupo Volkswagen?
Vitor Hugo Silva Neia – A Fundação Grupo Volkswagen tem 42 anos de história, e nós temos como propósito mover pessoas pelo conhecimento. Atualmente, a Fundação prioriza projetos voltados para a mobilidade urbana, mobilidade social e inclusão de pessoas com deficiência. Ter uma Fundação conectada a uma marca como a Volkswagen traz não só um fortalecimento da nossa estratégia de responsabilidade social, mas também garante que tenhamos, de fato, uma proximidade com as nossas comunidades, para que possamos seguir, positivamente, influenciando as políticas públicas, engajando os funcionários do Grupo Volkswagen, sempre com foco no beneficiário final, na sociedade civil e também nos territórios onde nosso Grupo está presente.
Renata Pifer – E sobre as parcerias da Fundação, conte mais sobre como elas acontecem.
Vitor Hugo Silva Neia – As parcerias da Fundação acontecem em diferentes esferas. Em primeiro lugar, a Fundação realiza parcerias voltadas à execução de nossos programas e projetos próprios, priorizando outras fundações sem fins lucrativos da sociedade civil. Além disso, a Fundação atua junto com o poder público tanto na esfera estadual quanto municipal e federal, voltada principalmente para garantir que nossos projetos aconteçam nos territórios, nas escolas, nas comunidades com foco no cidadão como beneficiário final. Nós também realizamos editais e, para isso, nós prospectamos parceiros que estejam envolvidos com o ecossistema de negócios sociais. E eu não posso esquecer as parcerias com as próprias empresas do Grupo Volkswagen com as quais a Fundação atua tanto na gestão de projetos de responsabilidade social quanto, mais recentemente, gerindo projetos de incentivos fiscais com marcas do grupo, olhando também para outras organizações da sociedade civil, que possam captar via esse tipo de projeto.
Renata Pifer – Uma das causas abraçadas pela Fundação Grupo Volkswagen é a inclusão de pessoas com deficiência. O projeto Brincar, realizado pela Fundação em parceria com a ONG Mais Diferenças e a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, é um dos representantes desta causa. E tem um foco em comum com nossos parceiros institucionais: garantir o direito à educação inclusiva e de qualidade para todos e todas. E o trabalho faz isso de uma forma que qualquer criança, com ou sem deficiência, entende: por meio da brincadeira. Brincando, as crianças conhecem melhor a si mesmas, aos outros e ao mundo a seu redor. Brincando, elas fortalecem vínculos. E desenvolvem competências socioemocionais essenciais, como criatividade e colaboração. Por isso, o projeto traz a brincadeira como ferramenta pedagógica para promover a inclusão de todas as crianças, com ou sem deficiência, na escola comum. E faz isso por meio de diferentes ações. Na sala de aula, ajudando os professores a transformar teorias em práticas. Com as famílias, visitando as casas das crianças e mostrando aos pais novas formas de brincar e estar com seus filhos. E para todos os interessados, com conteúdos como o “Pílulas do Brincar”, uma série de vídeos acessíveis na qual o arte-educador Thiago Franco propõe brincadeiras inspiradas em diversos artistas. E quando a gente fala acessível quer dizer que, além do apresentador descrever tudo o que ele está fazendo de forma detalhada e divertida, o material também tem tradução e interpretação em Língua Brasileira de Sinais. Além disso, cada vídeo conta também com um material complementar em PDF, também acessível, trazendo detalhes sobre o artista que inspirou a brincadeira da vez e dicas para continuar explorando as brincadeiras. O projeto Brincar é uma forma de ajudar as crianças – que são os adultos de amanhã – a conquistarem espaço em lugares que podem e devem estar disponíveis para todas e todos.
Gisele Diez – Preencher lugares. Essa é uma boa forma de descrever outro projeto da Fundação que merece espaço nessa nossa retrospectiva: O Empreendedorismo Para Todos. Financiado pela Fundação e realizado pela ASID Brasil – Ação Social para Igualdade das Diferenças. O objetivo do trabalho é incentivar o empreendedorismo, promovendo condições para a melhora da qualidade de vida e inclusão produtiva de pessoas com deficiência, contribuindo para sua autonomia e mobilidade social. Aliás, a gente tratou desse tema também no episódio passado, quando falamos de empreendedorismo feminino. Fica a dica para vocês conferirem. E nesse programa a gente já tinha levantado que, no Brasil, empreender nem sempre (ou poucas vezes) têm a ver com realizar um sonho. Na verdade, na maioria dos casos, é um ato de coragem para garantir a subsistência. Por isso, o Empreendedorismo Para Todos se tornou tão importante: Para os beneficiados, para nós da Fundação e para toda a sociedade. Ele foi desenhado para promover a inclusão das pessoas com deficiência por meio de seus próprios talentos. Ajudando a transformar habilidades em fontes de renda, e ainda como forma de as pessoas conquistarem, e manterem, sua autonomia. Foram 140 negócios selecionados para participarem de aulas semanais online por um período de três meses. Essas aulas envolveram temas como preço e cobrança, vendas, gestão financeira, processo produtivo e até divulgação dos produtos. Depois das aulas, foram escolhidos 20 participantes, que receberam apoio de mentores para colocarem o conteúdo em prática e os negócios para girar, também de forma online.
Renata Pifer – Vamos voltar agora à nossa conversa com o Vitor, para saber mais sobre inclusão e mobilidade social. Olá, Vitor. Tanto a inclusão de pessoas com deficiências quanto a mobilidade social são agendas que interessam, ou deveriam interessar, à sociedade como um todo. Afinal, incluir mais pessoas no mercado de trabalho, incentivar o empreendedorismo e estimular que elas prosperem socialmente são fatores de desenvolvimento. Como a Fundação enxerga sua presença nesses cenários, como instituição apoiadora dessas causas?
Vitor Hugo Silva Neia – A Fundação Grupo Volkswagen tem a mobilidade social não apenas como uma das suas causas prioritárias, mas também como um propósito da nossa atuação. Nós acreditamos que, a partir do momento em que nós incentivamos o empreendedorismo comunitário, a empregabilidade, a geração de renda e a inclusão como um todo, nós estamos de fato contribuindo para o desenvolvimento sustentável de um território onde estamos presentes, e obviamente do nosso próprio país. Para isso, nós temos projetos que investem em qualificação profissional, no incentivo à empregabilidade, em formação empreendedora, e também apoiamos outras organizações, seja via parcerias diretas seja via editais, que também tenham a mobilidade social como um foco. Nesse sentido, nós não podemos deixar de olhar para a inclusão. A inclusão na Fundação acontece em duas perspectivas: primeira, como uma causa de atuação propriamente dita, principalmente falando de educação inclusiva, de tornas as escolas, públicas principalmente, escolas que atendam a todos, crianças com e sem deficiência. Além disso, a inclusão é um tema que perpassa todos os nossos projetos, sejam os projetos de educação sejam os projetos de mobilidade social e até mesmo os projetos de mobilidade urbana. Afinal, nós não podemos pensar numa cidade para todos sem falar de acessibilidade, de democratização do uso e do acesso ao espaço público. E ter a pessoa com deficiência no centro dessa discussão é igualmente relevante e está dentro da estratégia de atuação e de investimento social da Fundação.
Renata Pifer – A mobilidade urbana também é uma causa abraçada pela Fundação Grupo Volkswagen. E também já foi tema aqui do nosso Vida em Movimento – no segundo episódio dessa segunda temporada. Trouxemos desde a história da mobilidade urbana até cases de pessoas e iniciativas que conseguiram mudar, para melhor, a relação com a cidade. E também de cidades que encontraram formas de melhorar sua relação com as pessoas. Porque esse é um conceito que fala de gente – não apenas de meios de transporte. E foi essa a trilha seguida pelo guia “Mobilidade Urbana na Escola: Por que esse tema não deve ficar parado?”, realizado pela Fundação, em parceria com o Carona A Pé. A ideia do livro digital, além de ampliar nossos conhecimentos sobre a causa de mobilidade urbana, é incentivar que os estudantes caminhem juntos e se apropriem das cidades onde vivem. Porque a caminhada também é um meio de transporte – e muito utilizado tanto para o lazer quanto no dia a dia das pessoas. Caminhamos até o ponto de ônibus, até a estação de metrô ou trem. E muitas crianças vão a pé para a escola. Então, por que não organizar essa caminhada em dupla, em grupos? Um guia para que alunos, educadores, gestores escolares e todos os cidadãos reconheçam a importância da mobilidade ativa, e o potencial que ela tem de tornar cada um de nós protagonistas na construção de cidades melhores
Gisele Diez – A mobilidade urbana também guiou os passos do projeto Mobilidade em Transformação. A iniciativa é uma parceria da Fundação com a ONG Cidade Ativa, com apoio do Centro Paula Souza e o Governo do Estado de São Paulo. E teve como objetivo capacitar educares e gestores públicos em temáticas de mobilidade urbana, por meio de vídeo-aulas, mentorias e encontros online entre os cursistas e especialistas de diversas áreas, como planejamento urbano, sustentabilidade, segurança viária e educação, por exemplo. O projeto Mobilidade em Transformação, além de seu caráter formativo, busca também incentivar a aplicação da teoria na prática, com ações que ajudem de fato a solucionar os problemas, capacitando e convidando os participantes a se tornarem agentes protagonistas de transformação das comunidades onde vivem. Ainda na causa da mobilidade urbana, 2021 também foi o ano de ampliação do projeto Cidadania em Movimento, realizado pela Fundação em parceria com a Nova Escola. A plataforma ofereceu 4 cursos dentro dessa temática, o último deles lançado ao vivo durante o Maio Amarelo, em uma transmissão online com excelente participação e engajamento de educadores e interessados em saber mais sobre a causa. E também uma trilha de atividades práticas para os professores implementarem em sala de aula: o Nova Escola Box, que reúne caminhos para trabalhar a mobilidade com os alunos. E traz reflexões sobre empatia, coletividade e cidadania.
Renata Pifer – Vamos chamar de volta nosso entrevistado, agora para falar de mobilidade urbana. Olá, Vitor. O conceito e a pauta da mobilidade urbana podem ser considerados relativamente novos no debate social. Fala-se sobre segurança no trânsito e sobre os aspectos ambientais relacionados a certos modais, por exemplo. Mas a intersecção de temas que essa agenda propõe exige uma compreensão mais ampla. E que coloca as pessoas no centro das discussões. O que significa para Fundação fazer parte desse debate?
Vitor Hugo Silva Neia – De fato, a mobilidade urbana é uma das causas mais recentes de atuação da Fundação. Por muito tempo, nós estivemos também ligados a esse movimento que entendia a atuação do terceiro setor nessa causa principalmente em projetos de educação para o transito e de segurança viária. Atualmente, a gente tem expandido muito a forma não só como nós agimos, mas principalmente como nós entendemos essa causa. Afinal de contas, a gente primeiro precisa colocar, no centro dos debates e das ações sobre mobilidade urbana, o ser humano. O ser humano em suas várias perspectivas: seja como pedestre, seja como ciclista, seja como motorista, enfim, a gente precisa olhar e pensar e estimular políticas públicas que partam desse princípio de colocar o ser humano no centro do debate. Para isso, a Fundação tem atuado não só na questão da educação, onde a gente continua fazendo uma presença bastante forte – hoje, nós temos, por exemplo, uma plataforma voltada para educadores onde a gente oferece uma série e cursos, conteúdos, sugestões de planos de aula, que incentivam esses educadores a trabalharem temas de mobilidade urbana na sala de aula com seus alunos, mas também nós temos olhado para outras perspectivas, como a formação de gestores públicos e agentes de trânsito, em temas ligados à mobilidade. Com isso a gente esperar impactar positivamente no planejamento urbano e principalmente nas políticas públicas. A Fundação vem apoiando também organizações que atuam com o tema da mobilidade ativa, principalmente a questão da caminhabilidade, do andar pelas cidades e do transporte não motorizado, basicamente bicicleta, e também incentivando publicações. Então, no nosso site, nosso ouvinte consegue acessar uma série de materiais disponíveis gratuitamente pela Fundação, que tratam do tema de mobilidade urbana. Mas nós queremos ir além, na nossa estratégia de médio prazo nós já estamos dialogando com temas como inovação e tecnologia em mobilidade, incentivo à energia limpa e fontes limpas de energia para os meios de transporte. Enfim, tem muita novidade vindo por ai dentro dessa causa e da atuação da Fundação nesse campo.
Renata Pifer – E não podemos esquecer dos projetos na causa da Mobilidade Social. O Carretas do Conhecimento e o Costurando o Futuro. São projetos que acontecem já há alguns anos, mas que, em 2021, foram ampliados e consolidados em nosso calendário. O Carretas são escolas móveis com infraestrutura completa para a realização de cursos de aperfeiçoamento profissional, voltados à empregabilidade e ao empreendedorismo. Ele acontece no Paraná, como iniciativa do Governo do Estado e da Volkswagen do Brasil, em parceria com a Fundação Grupo Volkswagen e o Senai-PR. E em São Paulo e Resende, no Rio de Janeiro, onde são uma realização da Fundação, em parceria com o Senai-SP e a Firjan Resende.
Gisele Diez – Já o Costurando o Futuro acontece por meio da doação de tecidos automotivos, por parte das marcas do Grupo Volkswagen e seus fornecedores, São 16 grupos produtivos de costureiras da Grande São Paulo beneficiados pelo projeto, já que a doação representa um reforço de matéria prima sem nenhum custo. No ano passado, foi mais de 1 tonelada e meia de tecidos automotivos doados; e já estamos quase batendo essa meta este ano. E além de acompanhar e apoiar as atividades das costureiras, este ano tivemos uma nova formação de Corte e Costura conduzida pelo SENAI-SP. Focada em reaproveitamento de materiais e realizada em um formato inovador: à distância.
Renata Pifer – O conhecimento move pessoas. Esse é uma das convicções da Fundação Grupo Volkswagen Um fio condutor que perpassa todas as nossas ações. E um dos momentos em que isso se evidencia é na realização das nossas Jornadas do Conhecimento. Encontros que, neste ano, passaram a aconteceram em formato online. E que reúnem especialistas e diferentes agentes da educação e do terceiro setor em geral para a troca de experiências, compartilhando histórias inspiradoras e muito ensinamento e aprendizado. O tema da 4ª Jornada do Conhecimento, realizada em junho, foi “O protagonismo da educação em épocas de crise”. E, durante a transmissão, tivemos a participação de convidados bastante especiais. Dentre eles, o professor Lucimar Menezes, do Centro de Ensino em Período Integral Santa Luzia, em Goiás. Ele nos contou a ideia que teve para reverter a alta evasão escolar de suas salas de aula virtuais durante a pandemia: Criar e interpretar uma personagem, a Professora Bolonha, que vai em um carro todo enfeitado até a casa dos alunos para chamá-los de volta. O resultado dessa ação criativa, simpática e super original foi a volta às atividades escolares diárias de 85% dos alunos que estavam distantes. E um índice de evasão escolar de 1% no final de 2020.
Gisele Diez – Realizada em outubro, a 5ª Jornada do Conhecimento da Fundação Grupo Volkswagen trabalhou um tema mais que atual. Uma pauta que nos aponta para o futuro: a mobilidade urbana para a infância. A live reuniu parceiros e especialistas. Que discutiram de que forma famílias, educadores e o poder público podem sensibilizar as crianças para esse tema. Na mesa de discussões, foram levantados os impactos de gestos simples, cotidianos, como por exemplo: O que caminhar pelas calçadas ou atravessar sempre na faixa de pedestres nos ensina sobre cidadania e segurança? O que o cuidado com os espaços públicos pode nos dizer sobre respeito e coletividade? A ideia por trás dos debates é como podemos ajudar as crianças a encontrarem essas e outras respostas fundamentais para a vida em sociedade.
Renata Pifer – O conhecimento e a educação são temas transversais na atuação da Fundação. Por meio de diferentes abordagens e propostas, eles estão em todas as iniciativas. Vitor, você pode falar como a Fundação trabalha esses fios condutores na atuação em suas causas?
Vitor Hugo Neia – Como eu disse anteriormente, para a Fundação, o propósito da nossa atuação é mover pessoas pelo conhecimento. Então, acredito que esse seja um mote, um tema, que de fato movimenta toda a Fundação e que perpassa, é um fio condutor para todas as nossas iniciativas e os nossos projetos. Além disso, a educação faz parte da missão, dos objetivos sociais da Fundação. A Fundação nasceu, há 42 anos, em 1979, com esse viés, e obviamente a gente vem acompanhando a evolução histórica, e evolução do próprio terceiro setor, a evolução da sociedade brasileira, e também redirecionando os nossos esforços para dialogas com temas, com causas, do presente, mas nunca perdendo a educação como foco. Além disso, além do conhecimento de uma forma mais ampla e da educação como missão, a Fundação também tem, entre seus outros pilares de atuação, o desenvolvimento social, o desenvolvimento de comunidades. E a educação acaba perpassando isso também. Seja a educação empreendedora, seja a educação e qualificação profissional. Então, de fato, educar está no DNA da Fundação é o que nos move diariamente dentro de nossas ações e dos nossos projetos.
Renata Pifer – Negócios de impacto social. Você sabe o que eles significam? Por definição, são ideias, iniciativas e projetos que resultam em mudanças positivas para a sociedade – seja em qual área for. Na prática, eles significam a chance de um futuro melhor para todas e todos nós. E é para que esses negócios possam ampliar seu alcança e seus públicos beneficiados que a Fundação criou o Prêmio Fundação Grupo Volkswagen. A primeira edição foi em 2019 e, neste ano, realizamos a segunda, em parceria com a Yunus Corporate, unidade de inovação social da Yunus Negócios Sociais. Empresa ligada ao Nobel da Paz Muhammad Yunus e uma referência mundial no apoio e desenvolvimento de negócios com foco em impacto socioambiental. Em meio a 270 organizações sem fins lucrativos que inscreveram seus projetos para participar na jornada do Prêmio, seis foram escolhidas para passar por um Programa de Aceleração.
Renata Pifer – Uma etapa que, por si só, já pode ser considerada um prêmio, já que oferece ferramentas e caminhos para as organizações refletirem sobre suas atuações e já implementar melhorias ao longo desse processo. Além de vivências, conteúdos e mentorias que serão valiosas para seu desenvolvimento, inclusive após o fim das atividades do Prêmio. E a programação não para por aí! Na fase final, os seis negócios se apresentam para uma banca julgadora, que escolheu três vencedores. Cada um deles receberá da Fundação um aporte de 100 mil reais e uma assessoria pós-investimento, ao longo de 2022, para acompanhamento da implementação das atividades do projeto. O resultado da banca julgadora saiu agora no começo de novembro, no dia 5. Os premiados foram: ADD – Associação Desportiva para Deficientes, de São Paulo, na causa de Inclusão; Cáritas Arquidiocesana de Teresina – Piauí, na causa de mobilidade social. E MDF – Movimento de Defesa do Favelado, de São Paulo, na causa de Mobilidade Urbana. Então ainda é tempo de dizer: parabéns aos vencedores! E vamos para última parte da nossa conversa com o Diretor de Administração e Relações Institucionais da Fundação, Vitor Hugo Neia. Vitor, por meio do Prêmio Fundação Grupo Volkswagen, a Fundação capacita e fomenta projetos de organizações sem fins lucrativos. Qual a importância desse tipo de ação para o terceiro setor?
Vitor Hugo Neia – Eu considero o Prêmio da Fundação Grupo Volkswagen, que agora, em 2021, celebrou sua segunda edição, como um divisor de águas para a Fundação e algo inclusive bastante inovador no terceiro setor. Isso porque esse prêmio traz muito do que a gente tem dentro do ecossistema de startups e de negócios sociais para a realidade de organizações sem fins lucrativos. Então, nós oferecemos um programa de aceleração, feito em parceria com a Yunus Social Business, que é um hub de inovação, uma consultoria globalmente reconhecida, criada pelo Prêmio Nobel da Paz, professor Muhammad Yunus, e com isso nós esperamos formar, capacitar organizações sociais de pequeno e médio porte em ferramentas que ajudam não só a potencializar aquilo que elas já fazem, mas também a melhorar a própria organização e o modelo de gestão dessa organização. Seja por meio do planejamento financeiro, da captação de recursos, da comunicação, do planejamento estratégico. Então, ele é um prêmio que oferece para organizações sociais aquilo que a gente tem de mais inovador, que a gente tem de fato como algo bastante novo e recente, que borbulha nesse ecossistema das startups e que muitas vezes as organizações sem fins lucrativos acabam ficando de fora. Então, acho que esse prêmio, que recentemente anunciou inclusive seus três vencedores, com projetos bastante potentes, contribui muito para trazer um pouco, para unir essas duas pontas: o negócio social e o terceiro setor, a filantropia tradicional. E ele não para por aí. Como eu disse, a educação é um fio condutor da Fundação, então a gente não oferece somente um patrocínio em dinheiro, essas organizações passam por essa formação que eu mencionei, o nosso programa de aceleração, mas também elas continuam sendo monitoradas no ano seguinte. Então, a Fundação está ali, junto com nosso parceiro, garantindo a boa aplicação desse recurso, oferecendo mentoria, oferecendo consultoria, para que a gente garanta de fato um impacto social de longo prazo para aqueles que recebem a nossa premiação.
Gisele Diez – E assim encerramos o último programa do ano. Fizemos questão de contar um pouquinho sobre as principais ações da Fundação Grupo Volkswagen, para que você nos conheça melhor. Se aproxime da gente. Não é à toa que, também em 2021, realizamos uma pesquisa para saber de você quais causas a Fundação deve começar ou seguir apoiando. Em 2022 teremos novidades que você nos apontou como necessárias. Queremos estar cada vez mais juntos no ano que vem. E, se tudo der certo, de maneira presencial. Olho no olho. Conduzindo juntos os movimentos que vão ajudar a criar um futuro melhor. Um grande abraço a todas e todos.
Renata Pifer – Boas festas e até o ano que vem!
Locutor – O podcast Vida em Movimento é uma realização da Fundação Grupo Volkswagen. Produção, pesquisa e roteiro: RPTCom e Fundação Grupo Volkswagen. Apresentação: Renata Pifer e Ludmila Vilar. Produção musical, gravação, edição e finalização: Groove Audiomedia. O convidado deste episódio foi o Diretor de Administração e Relações Institucionais, Vitor Hugo Neia. Se você quiser saber mais nossa atuação, acompanhe nosso site ou siga a gente nas redes sociais.